Uma noite de sorte. Há muito tempo, ou talvez nem tanto, eu
não tinha uma noite tão agradável. Estar confortavelmente entorpecido faz uma
diferença do caralho. Deixando de lado os meus devaneios, me levanto e bebo um
mínimo de água. Tenho que racionar meus estoques. É hora de começar a busca,
preparar para partir.
Como de costume, o dia é extremamente calmo e solitário.
Algum desavisado, como eu fui, imaginaria ser um lugar seguro. A região da
cidade em que eu estou, tem poucos lugares que eu ainda não procurei. Quase
metade da manhã, perco andando até outra parte da cidade.
Nos primeiros lugares
encontro somente destruição. Lojas de conveniência explodiram junto com os
postos. Em um shopping, que aparentemente sobreviveu ao fim do mundo, encontro
várias lojas. O único problema é que parece que alguém chegou aqui antes de
mim. Encontro poucas coisas aproveitáveis. Ao menos algumas roupas. As minhas
estão quase acabadas.
Ao trocar de roupa, depois de alguns dias reparo em meu pé.
Está com uma cara bem feia, mas a dor é pouca. Enquanto não cheirar mal, não
vou me preocupar tanto. Encontro botas confortáveis e uma jaqueta em uma loja
de caça. Encontro também um facão e uma corda. Nenhuma dessas coisas estava nas
vitrines. Acho que, quem quer tenha passado, não olhou muito por aqui. Ainda no
shopping, encontro comida enlatada. Pela data de validade, não sei dizer se
está boa. Melhor que nada.
Até agora, nada de água. Definitivamente, eu não sou o único
buscando por mantimentos.
Voltando a minha busca. Me deparo com uma loja de armas.
Como era de se esperar, nenhuma funcionava. Guardo uma Desert Eagle .50,
simplesmente por ser uma bela arma. Nos fundos da loja, dentro de uma
geladeira, encontro duas garrafas de água.
Nesse tempo de busca, nem percebi o tempo passando. Já está
quase anoitecendo. Tenho praticamente tudo que preciso, então, vou procurar
abrigo.
Nem precisei me afastar muito. Encontro uma área
residencial. Um dos prédios está praticamente intocado. Subo as escadas
devagar, prestando muita atenção a qualquer som. O silêncio impera. Única coisa
estranha é a limpeza. A maioria dos cômodos do segundo andar, não tem nenhum
entulho ou sujeira.
A porta para o terceiro andar é de ferro e não consigo
abri-lá. Procuro um quarto mais afastado, com uma janela. Os cantos do quarto,
não podem ser vistos diretamente da porta. Me estabeleço em um deles. Hora de
dormir.
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