O que já não foi uma noite normal pelo meteorito se tornou mais estranha ainda pelos sonhos estranhos povoados de criaturas fantásticas todas elas me perseguindo, ficou ainda pior ao acordar e ver os 2 pneus da Harley completamente vazios.
É muito azar pra uma pessoa só, já não basta o mundo "acabar" agora o único veículo funcionando que eu consegui encontrar está fudido e eu no meio do nada com pouca comida, pouca água e o pouco ânimo que eu tinha esvaziou juntamente com os pneus.
Quer saber? Foda-se, vou sair andando com ela assim mesmo e se eu achar algo pra resolver isso na frente bom.
Esse dia parece ainda mais parado que o outro, um silêncio ensurdecedor, somente o vento grita por entre as árvores e rochas, um vento que a cada hora que passa parece gritar mais como se fosse um presságio de mais uma merda e ao longe ouço um som distinto algo como que um motor, um sentimento similar a esperança invade minha mente e eu por um momento esqueço que os pneus estão completamente vazios e acelero vigorosamente, só para quase perder o controle e perder meia perna nesse asfalto delicioso de tão quente, como que num passe de mágica um raio rasga o horizonte de cima a baixo, o céu escurece em questão de segundos e uma leve chuva começa a cair de maneira irregular devido ao vento.
Agora sim está uma maravilha dirigir, sem capacete, chuva, vento irregular em uma moto de 1200cc com os pneus vazios em uma estrada alta e aparentemente sem um lugar que seja possível de parar por perto.
Foram quase 2 horas na chuva (eu amo imaginar o tempo, faz parecer que faço parte de algum sistema ainda, tão irônico isso, justamente eu que reclamava tanto desse sistema social que englobava toda a humanidade) até finalmente a estrada abaixar e eu encontra uma velha cabana a beira da estrada, metade dela já tinha sido destruida pela ação do tempo e dos elementos mas é bem melhor que ficar sofrendo na chuva.
Dentro da cabana coloco minhas roupas pra secar em uma parede afastada mas ainda sustentável e livre de água, reabasteço meu estoque de água, acendo o fogo, como uma comida sem gosto e úmida e enquanto penso na vida no universo e tudo mais adormeço.
Acordo no meio da noite (provavelmente) com um raio que parece ter caido ao meu lado e qual não é minha surpresa ao ver que realmente caiu ao meu lado, uma árvore já quase com seus 2m que crescia do lado oposto da cabana foi atingida em cheio e agora substituia minha fogueira, que por sinal já havia se apagado, agora completamente sem sono e sem o que fazer resolvo escrever para matar a solidão, agora que escrevi vou fitar as estrelas até que elas não sejam mais visíveis.
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